São Paulo – O candidato da coligação Brasil da Esperança à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defendeu nesta segunda-feira (5) o piso salarial nacional da enfermagem, suspenso ontem por decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele atendeu ao setor patronal, que entrou com ação assinada pela Confederação Nacional da Saúde, Hospitais, Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde). A categoria, no entanto, contesta a decisão, e prepara uma mobilização na próxima sexta-feira (9), em todo o país, Além disso, não descarta a possibilidade de greve.
Pelo Twitter, Lula aproveitou ainda para criticar o presidente Jair Bolsonaro (PL), destacando que ele “virou as costas” para os profissionais que lutaram na linha de frente contra a pandemia e que agora conquistaram direito ao piso salarial, após anos de mobilização. Citou que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) votou contra o piso, assim como Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara.
Ao mesmo tempo, o ex-presidente Lula destacou que Projeto de Lei (PL) 564/2020, que instituiu o piso salarial da enfermagem, é de autoria do senador Fabiano Contarato (PT-ES). Na Câmara, o relator da proposta foi o deputado Alexandre Padilha (PT-SP).
Pela lei aprovada, a remuneração mínima para enfermeiros e enfermeiras com nível superior passa a ser de R$ 4.750; o de técnicos de enfermagem, R$ 3.325; e o de auxiliares e parteiras, R$ 2.375. No início de junho, Bolsonaro sancionou o piso, mas vetou sua correção anual, que seria feita pelo INPC-IBGE.
Mobilização nacional
Entidades nacionais que compõem o Fórum Nacional da Enfermagem (FNE) convocaram os profissionais da categoria a realizar atos de rua na próxima sexta-feira (9) pelo respeito ao piso. As mobilizações devem ocorrer em todas as capitais, das 11h às 14h. A convocação para os atos ocorreu após reunião extraordinária entre as entidades que compõem o fórum.
O FNS quer ainda um encontro com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para tratar da questão. Ele deve se reunir com Barroso nesta terça (6). As entidades que representam os trabalhadores em enfermagem também apostam em mobilizações nas redes sociais.