A atualização da NR-1 que destaca o impacto dos riscos psicossociais sobre a saúde do trabalhador, como estresse, assédio e a carga mental excessiva. Todas as empresas a partir de 26 de maio deste ano terão de incluir essa avaliação no seu processo de gestão de segurança e saúde do trabalhador.
Hoje, não é mais novidade o impacto do estresse emocional sobre a saúde do trabalhador. Este tipo de doença não escolhe local ou seguimento econômico. Pode aparecer no chão de fábrica, assim como em escritórios ou até mesmo em emissoras de televisão e transporte coletivo.
Por mais avançada que seja a tecnologia, as pessoas ainda são o maior patrimônio de uma empresa. Mesmo o computador bem avançado precisa de alguém para colocá-lo em funcionamento.
Capital – Infelizmente, o capital continua voraz. Mudou o cenário, mas prevalece com a mesma ótica de lucrar a qualquer custo, pouco se importando para a saúde dos seus funcionários. As doenças provocadas pela carga mental excessiva resultam na destruição de relacionamentos.
O funcionário leva para casa esse estresse emocional, resultado da violência que sofre no ambiente de trabalho e os efeitos estouram sobre a sua família. Este por exemplo é o caso da síndrome de burnout, que significa em inglês “queimar até o final”.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), essa síndrome é conhecida como distúrbio emocional do estresse crônico no local onde a pessoa trabalha. Num estágio avançado vai desembocar em depressão profunda.
Em maio de 2021, a OMS incluiu essa doença na 11ª da classificação interna de doença (CID) como fenômeno ocupacional. Ao contrário do que imagina muitas pessoas, essa síndrome provoca sensação de esgotamento de energia física e mental, com redução da eficácia profissional.
Passado – Nas áreas marcadas pela produtividade e imediatismo, o esgotamento se tornou frequente. Pesquisa realizada pela Deloitte, em 2020, constatou que 77% dos entrevistados teriam passado pela síndrome de burnout, em suas empresas.
De acordo com a Microsoft 2021 Work Trend Index, o manual de tendência de trabalho anual da Microsoft; 54% da força de trabalho entrevistada em todo o mundo, em 2021, estaria com sobrecarga de trabalho e 59% se encontrava exausta.
Diversas empresas ao redor do mundo ainda atuam em modelos de trabalho que estão desgastando as pessoas, prejudicando a sua saúde e desempenho no lugar de apresentar uma produtividade de qualidade.
Nessa luta frequente pelo aumento do lucro a qualquer custo, muitas empresas não se preocupam com a qualidade de vida de seus funcionários. Em alguns setores econômicos, a jornada de trabalho começa de manhã e avança pela noite, não descartando nem o final de semana, quando os funcionários são cobrados para cumprimento de metas, principalmente após implantação do sistema home office.
Moral – É imposto tratamento com alta carga excessiva de serviço, com falta de clareza nas funções, falta de cronograma e apoio de liderança, além de forte pressão, resultando em assédio moral e até físico.
Cabe à equipe de gestão de pessoas ficar atenta a esse tipo de padrão. É preciso observar e tomar providências quando grande parte dos funcionários começar a apresentar cansaço excessivo, físico e mental, dor de cabeça frequente, alterações no apetite, insônia, dificuldade de concentração, sentimento de fracasso, alteração de humor, isolamento, fadiga, pressão alta, dores musculares. (Por ACJ)