Na onda ômicron, parte da população não teve acesso a leitos de UTI, diz Fiocruz

O Brasil registrou hoje 854 mortes pela covid-19, com mais de 120 mil novos casos, somando 27,6 milhões

São Paulo – A explosão de casos de covid-19 decorrente da variante ômicron causou “forte impacto no sistema de saúde” no início de 2022, de acordo com análise do MonitoraCovid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Assim, diversas regiões do país registraram níveis críticos nas taxas de ocupação dos leitos de UTI no SUS. Como resultado, os pesquisadores identificaram “volume expressivo” de mortes ocorridas fora da UTIs. O que revela, segundo os pesquisadores, que parte da população ficou “desassistida” durante recente pico da doença.

Esse crescimento dos óbitos hospitalares fora das UTIs ocorreu principalmente nos estados do Acre, Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo. “Somando óbitos fora de uma UTI e sem informação, observam-se valores
próximos a 50%”, diz nota técnica publicada nesta terça-feira (15).

“A maior parte dos leitos de UTI estava ocupada durante o mês de janeiro. Em muitos casos, houve um excedente de óbitos ocorridos fora das UTIs, ou seja, em alas comuns de internação. Isso significa que uma parte da população não teve acesso a terapia intensiva”, declarou o pesquisador Diego Xavier.

Ômicron letal

A nota da Fiocruz também aponta que, do ponto de saúde pública, não é possível considerar a ômicron como uma variante menos letal. Isso em função do aumento exponencial no número de casos. “Mesmo que o percentual de pessoas que necessitem de atendimento especializado seja pequeno frente ao volume extremamente alto de casos, as redes de atendimento acabam sendo ocupadas”. É esse fator que contribuiu, em última análise, para a a “desassistência à saúde”. O que acaba resultando também no aumento dos óbitos. Por Tiago Pereira/RBA – Foto: Breno Esaki/Arquivo Agencia Saúde

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