Na ata de agosto, Banco Central disse que redução de 0,5 pp “é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”
São Paulo – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve cortar em 0,5 ponto percentual a taxa Selic na sua próxima reunião, que será realizada nesta terça (19) e quarta-feira (20). Com isso, a taxa básica de juros deve ser reduzida de 13,25% para 12,75%. Pelo menos essa é a expectativa praticamente unânime do mercado, o que não significa que o resultado não possa ser outro. Mas essa possibilidade praticamente não existe.
O atual patamar foi fixado na última reunião do Copom, em 2 de agosto. Naquela data, os membros da diretoria do Banco Central concordaram com a expectativa de cortes de 0,50 ponto percentual da taxa Selic nas próximas reuniões.
A projeção é de que a Selic termine 2023 em 11,75%. Depois da reunião desta semana, o Copom volta a se reunir mais duas vezes, em 31 de outubro/1º de novembro e, finalmente, em 12/13 de dezembro. A previsão é de que as atas sejam sempre publicadas sempre às 8 horas da terça-feira seguinte às reuniões do comitê.
“Ritmo apropriado”
Na ata posterior à reunião de agosto, os membros do Comitê foram unânimes ao prever cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões, porque, segundo o órgão, “esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”.
De acordo com o documento, é “pouco provável uma intensificação adicional do ritmo de ajustes, já que isso exigiria surpresas positivas substanciais que elevassem ainda mais a confiança na dinâmica desinflacionária prospectiva”.
A taxa caiu em agosto pela primeira vez desde exatos três anos antes. A partir daí, o Banco Central havia apenas elevado ou mantido a Selic, que estava em 13,75% desde agosto de 2022.
Com o novo governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aliados vêm criticando o presidente do BC, Roberto Campos Neto, sistematicamente, pela insistência da instituição em manter os juros no patamar de 13,75%. (RDB)