Rozangela da Costa, diretora do Sindicato dos Químicos de Itatiba e Região, participou do evento, realizado hoje, 07 de Abril na Capital Federal, Brasília!
A divulgação dos dados de 2024 nos trouxe uma boa notícia, uma maior participação das mulheres no mercado de trabalho, mas na contramão, dados apontam a persistência da desigualdade salarial. A luta histórica das mulheres por respeito, igualdade e dignidade não pode esmorecer. Destaca Rozangela da Costa, diretora do Sindicato dos Químicos de Itatiba e Região.
Apresença das mulheres no mercado de trabalho tem aumentado, mas a desigualdade salarial ainda persiste. Segundo o 3º Relatório de Transparência Salarial e Igualdade, divulgado nesta segunda-feira (7), as mulheres recebem, em média, 20,9% a menos que os homens nos 53.014 estabelecimentos com 100 ou mais empregados(as). Os dados têm como base o Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2024, que analisou 19 milhões de vínculos — um milhão a mais em comparação com a RAIS de 2023. No primeiro relatório, a diferença salarial era de 19,4%; no segundo, subiu para 20,7%.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, destacou que muitas mulheres ingressam no mercado de trabalho por necessidade, pois são responsáveis pelo sustento de suas famílias, e a maioria delas é chefe de família. “Essas mulheres sustentam seus lares, e as mulheres negras ganham 50% a menos que os homens. Isso é uma questão de raça e de gênero. Não dá para aceitar que mulheres recebam menos do que os homens exercendo a mesma função”, afirmou a ministra.




Um dado positivo é que caiu o número de estabelecimentos com, no máximo, 10% de mulheres negras, em comparação com os dados da RAIS de 2023. No relatório anterior, havia 21.680 estabelecimentos; em 2024, são 20.452. Houve também um crescimento na participação das mulheres negras no mercado de trabalho: eram 3.254.272 e passaram para 3.848.760. Outra boa notícia é que aumentou o número de estabelecimentos em que a diferença nos salários médios e medianos entre mulheres e homens é de, no máximo, 5%.
Dados da RAIS de 2024 apontam que a parcela de mulheres ocupadas aumentou para 40,6%, elevando o número de mulheres empregadas para 7,7 milhões. “A massa de rendimentos das mulheres é de 34,8% do total. Se fosse similar a sua parcela de empregadas (40,6%) a massa total seria expandida em R$ 95 bi (9% do total)”, afirma Paula.
O Relatório aponta que as mulheres diretoras e gerentes recebem 73,2% do salário dos homens. Já as profissionais em ocupação de nível superior recebem 68,5% do salário dos homens. As trabalhadoras de serviços administrativos recebem 79,8% dos salários dos homens. Os estados como Acre, Santa Catarina, Paraná, Amapá, São Paulo e Distrito Federal têm as menores desigualdades salariais.
Sobre a Lei – Sancionada em 3 de julho de 2023, a Lei nº 14.611 trata da igualdade salarial e de critérios remuneratórios entre mulheres e homens no ambiente de trabalho, alterando o artigo 461 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A legislação determina que empresas com mais de 100 empregados(as) adotem medidas para assegurar essa igualdade, como a implementação da transparência salarial, ações de fiscalização contra a discriminação, canais específicos para denúncias, programas de diversidade e inclusão, além do incentivo à capacitação de mulheres. A iniciativa é fruto da articulação entre o Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério das Mulheres. Para mais informações, acesse a Instrução Normativa MTE nº 6, de 17 de setembro de 2024, publicada no Diário Oficial da União.
Movimento pela Igualdade – Apesar de apresentarem, em média, maior escolaridade que os homens, as mulheres ainda recebem 20,7% a menos. Quando se observa o recorte étnico-racial, a desigualdade é ainda mais acentuada: mulheres negras ganham 53% a menos do que homens brancos. Diante desse cenário, os ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego lançaram, nesta segunda-feira (7), o Movimento pela Igualdade no Trabalho. A iniciativa conta com a adesão de empresas e organizações trabalhistas de diversos setores, como o bancário e o industrial, e reforça o compromisso coletivo com a promoção da equidade no mundo do trabalho. Acesse aqui a página do Movimento pela Igualdade no Trabalho e faça a adesão de sua empresa ou entidade.